Atualizado em: agosto 20, 2024 às 7:44 am

Por Guilherme Costa

Formado no ano de 2009, em San Jose, Costa Rica, o Las Robertas passou por algumas formações até chegar na atual: Mercedes Oller (guitarra e vocal), Russell Davis (guitarra), Felipe Oller (baixo), Daniela García (teclado e percussão) e Fabrizio Duran (bateria).

O que mudou também foi a sonoridade do grupo costarriquenho, que iniciou com um Garage Rock Psicodélico, passou pelo Surf Rock, mas sempre mantendo uma aura alternativa das décadas de 80 e 90. Inclusive, o álbum mais recente do grupo, “Love Is The Answer” (que esteve entre os Melhores do Ano de 2023 do Um Outro Lado da Música), é bastante influenciado pelo Britpop de Charlatans, Oasis e etc – também pudera, uma vez que o álbum foi produzido por Owen Morris.

Com a carreira internacional bastante ativa, o Las Robertas já tocou no Coachella (sendo a primeira banda da Costa Rica a ter conseguido tal feito), Primavera Sound, KEXP e mais um monte de locais mundo afora. No Brasil, a banda ainda não deu as caras. Mas no Um Outro Lado da Música, sim.

Mercedes Oller, representando o Las Robertas, é a personagem de junho do 5 Perguntas!

Por Naza Quiros

 

Como tem sido a repercussão do seu mais recente álbum, “Love is the Answer”, na Costa Rica?

Na Costa Rica não temos empresário ou agência de publicidade, então basicamente o álbum foi movimentado através de nossas redes sociais em nível local. Fomos falar sobre o álbum na Amplify Radio (o programa Dance to the Radio especificamente). Então o impacto em si foi direto com nossos seguidores

“Love is the Answer” foi lançado via Kanine Records. O lançamento por um selo internacional ajudou num reconhecimento do grupo fora do país? Acham, também, que o mais recente álbum teve uma produção melhor do que os seus antecessores?

Definitivamente sim, Kanine tem uma estratégia de marketing e publicidade dependendo de onde mais a banda toca ao vivo, por isso optaram por focar no Reino Unido e na Europa, também surgiram oportunidades de colocar músicas em séries de televisão na HBO, Netflix e no jogo Fortnite. A produção do álbum tem sido bem diferente dos anteriores, cada álbum tem sua história e não poderíamos dizer que é melhor que os anteriores, mas trabalhar com Owen foi incrível e também rendeu à banda novos seguidores que apreciam o trabalho de Owen. trabalho dele e do som das bandas com as quais ele trabalhou no passado.

Por falar em produção, “Love Is The Answer” contou com a produção de Owen Morris (que já trabalhou com o Oasis e o Verve). Qual foi o papel de Owen na sonoridade noventista presente no disco (que, para mim, lembrou bandas como o Suede e o Charlatans)?

Já vínhamos trabalhando muito naquela sonoridade “Brit” nas músicas do álbum, e sim, bandas como Charlatans, Ride, Oasis e Lush influenciaram muito todo mundo. Então acho que Owen entendeu isso imediatamente e principalmente na questão do som da guitarra, seu papel como produtor daquela cena é bastante perceptível.

O que mudou no grupo nesses seis anos entre os lançamentos dos álbuns “Waves of the New” e “Love is The Answer”?

Tivemos uma mudança na formação, passamos de trio para quinteto e atualmente somos 6 integrantes, a família aumentou. Acho que foi uma mudança positiva para a banda. Temos polido e ensaiado muito, posso dizer que aprendemos muito e mais desde que trabalhamos com Owen.

A temática do álbum gira em torno da resiliência, “sobre passar por momentos difíceis, mas perceber que haverá um fim para isso”. Mas eu percebi uma certa acidez na temática de “So Cool”. Qual é o ponto de equilíbrio num disco cuja “a resposta é o amor” e a faixa que recentemente rendeu um videoclipe?

“So Cool” está sim, em um nível sonoro diferente das outras músicas do álbum, e quando já mandamos os masters e tal, não sabíamos se ia ficar de fora. Ficou de fora do vinil físico (devido à duração das músicas) e foi deixado em formato digital nas plataformas e como download para quem adquiriu o vinil. É uma música que fizemos inspirada nos filmes dos anos 90 e 2000, onde era sempre a mesma história, das “meninas malvadas”, dos grupos sociais da escola e etc (e isso ainda acontece na vida adulta às vezes). é preciso encarar a vida com senso de humor, e o vídeo também foi inspirado em todo esse tema.

Cinco anos após ser a primeira banda a tocar no Coachella, o quão importante foi essa experiência para a banda? E quais são os próximos passos para a divulgação do recente álbum?

Acho que abriu muito os nossos olhos em termos de coisas que aprendemos a nível técnico com a banda, sobre querer profissionalizar muitos aspectos e também melhorar. Foi uma experiência única e que provavelmente teremos apenas uma vez. Ainda não temos o novo álbum gravado, estamos gravando as demos (rascunhos) e compondo alguns detalhes, em breve entraremos em estúdio para trabalhar.

Post atualizado