Atualizado em: maio 28, 2025 às 7:46 am
Por Arthur Coelho
A cidade de São Paulo acordou com seu típico tempo frio e pálido no último sábado (25 de maio). Mas isso não impediu os paulistanos de curtirem a data, principalmente com as diversas atrações que rolaram na cidade, desde a virada cultural até shows alternativos.
Para os amantes da cena underground, o ponto de encontro foi a Fenda 315, casa localizada em Perdizes, que se divide entre palco de apresentações intimistas, venda de roupas e drinks.
Lá, dezenas de pessoas se reuniram em um evento realizado pela Mantra Produções, que trouxe três bandas expoentes da cena alternativa para um encontro que começou ás 19h e percorreu toda a noite fria da cidade, cantando, tocando e divulgando seus merchandisings.
Da psicodelia ao punk: Pepler e sua banda caótica
O curitibano Murilo Pepler abriu os trabalhos com o apoio dos músicos Didi Fiorucci (guitarra), Lucas Mariano (baixo) e Thiago (bateria) mostrando seu estilo influente e inclassificável de se fazer música.
A performance contemplou os ouvintes com faixas psicodélicas inspiradas por bandas dos anos 60 e passou por um lado mais blues e jazz, finalizando com uma faixa extremamente caótica que extrapolou a velocidade com um som punk que, segundo o próprio frontman, vai dar mais caras nos lançamentos futuros.
O setlist foi liderado por faixas de seu recente trabalho, o “The Funny Album” (2024), que mostra o artista independente em um lado mais folk e inspirado na música indie dos anos 2000 e 2010, o que ganha mais intensidade e peso nas apresentações ao vivo.
Cantando algumas músicas em português e outras em inglês, o carisma do vocalista também foi outro destaque da noitada underground, fazendo comentários sobre o próprio desempenho com grande humor e sinceridade.
1. Katzenbär
2. I Dreamt I Stole a Pipe
3. 2010
4. Autopilot
5. Selene Says (Carpe Diem)
6. Yoga for the Young
7. Breakfast
8. Meu Lado Formal
9. Silhouette
10. Clicking Jaw

Pepler
Tudo o que uma banda hardcore sonha: Homeninvisivel quebrando tudo
Após uma apresentação de cerca de 50 minutos, foi a vez do quarteto do Homenivisivel surpreender o público com seu som frenético entre clássicos da banda e faixas inéditas.
Quem vê a banda se apresentar pela primeira vez pensa estar no show errado. O som shoegaze e atmosférico presente em seu EP e singles de estúdio se transformam ao vivo numa espécie de hardcore/post-hardcore melódico que faz valer a influência de grupos como o Zander e o Dead Fish quando tocadas de forma ainda mais pesada.
A intensidade foi tanta que o som da Fenda estava quase estourando, o que apenas potencializou a chamativa presença de palco de seu vocalista/baixista, que não deixou de pular e dar giros em um único som. As rodinhas apenas não aconteceram pela falta de espaço na casa.
1. Madrepérola
2. Navalhas
3. Girassol Invertido
4. Quase Um Fim
5. Medos
6. corpofechado
7. Todo sonho se destrói
8. Distantes
9. Ja não me sinto em casa nesse mundo
10. 4

Homeninvisivel
Melodia, velocidade e berros: Zero To Hero e a sensibilidade do midwest emo brasileiro
Na casa das 9 horas da noite, o Zero To Hero entrou em cena com a apresentação do trio de Taubaté liderado por Danilo Camargo (guitarra e vocal), Nicholas Brown (bateria) e Pedro Cursino (baixo e vocal).
O som inspirado pelo midwest emo, que vai agradar os fãs de American Football e Sunny Day Real Estate, se tornou frenético e intenso na apresentação ao vivo, algo que muito se deve à apresentação brutal do baterista, que simplesmente destruiu set com viradas rápidas e grooves criativos.
A parte instrumental seguiu em uma pegada muito técnica, com Pedro liderando um baixo marcante e Danilo descendo até as casas mais baixas da guitarra em seus “solinhos” agudos que são uma marca do gênero musical.
Já na parte vocal, a melodia da banda se encorpou com os momentos de trocas e de somas vocais, o que levou muitas vezes ao canto limpo do guitarrista enquanto o baixista assumia gritos sentimentais.
O setlist do grupo foi recheado de músicas de seu novo disco “The Perfect In Between” lançado no ano passado (2024) e que deverá entrar na já marcada apresentação do grupo na casa Rockambole no dia 13 de junho.
1. What is this supposed to mean?
2. Jimmy neutron boy neutral
3. Emotional flatlining
4. Changes
5. To my surprise
6. Quiet quitting
7. Being lost
8. Pink elephant
9. Sleeping through bluescreen
10. tm31
After show divertido
Depois do grupo do interior de São Paulo, o show passou dos instrumentos para a caixa de som em uma discotecagem democrática que englobou estilos similares aos dos artistas que estiveram presente no Fenda. Em outras palavras, indo do emo até o shoegaze.
Na pista, as faixas foram lideradas por de Hari e Darkk (Homeninvisivel), Rivas (Never Meant), Clvrinha (Never Meant) e Maria (Mayday Nite), deixando o público mais solto para os drinks da casa e as conversas paralelas com os atenciosos membros das bandas.