Atualizado em: julho 2, 2025 às 9:45 am

Por Guilherme Costa

Quando o Tennis anunciou o lançamento do seu novo single “Weight of Desire”, lá em fevereiro, todo mundo ficou bastante entusiasmado para um novo trabalho de inéditas. E o sucessor de “Pollen” foi anunciado, juntamente com o anúncio do fim da dupla formada pelo casal Alaina Moore e Patrick Riley

“Face Down In The Garden” saiu no dia 25 de abril, via Mutually Detrimental, encerrando uma grande história iniciada em 2011 com o ótimo “Cape Dory”. Quatorze anos entre o disco de estreia e a sua despedida mostrou um grande amadurecimento na proposta do casal, que moldou a sua sonoridade até chegar ao auge (e não digo isso por ser o disco de despedida) em seu novo álbum. O seu sétimo disco segue o Dream Pop com uma roupagem revival dos seus álbuns sucessores “Swimmer” e “Pollen”.

Entre os seus teclados e voz sutis, Moore inicia o disco num clima agradável na curta faixa “At The Apartment”. Uma boa introdução para o sentimento agridoce do início de uma despedida. “Weight Of Desire” tem um toque do Pop oitentista, com o sintetizador sendo protagonista; a primeira prévia do disco foi composta durante a turnê de “Pollen” e, segundo a dupla, “é uma expressão sagrada de necessidade – uma meditação sobre sorte e liberdade, o estreitamento do mundo como resultado de suas escolhas.”

Após “At The Wedding”, faixa próxima das suas antecessoras, a paisagem muda um pouco em “Always The Same”; o baixo e a guitarra minimalista de Riley é o guia para que Moore cante “Quero te levar pela única estrada que conheço/ Esconder você do mundo e mantê-la para mim/ Deixe-me construir um altar para você, atiçar a chama/ Eu sei como tirar meu prazer da minha dor”. A faixa, entretanto, não é um ponto de virada para a sonoridade do álbum, que segue no padrão Dream Pop já conhecido por seus fãs.

Mesmo que seja o disco de despedida, com toda a carga melancólica (e nostálgica) que a situação apresenta, “Face Down In The Garden” está longe de ser — essencialmente — um disco de tributo ao duo. Há coisas que, numa situação “normal”, poderia significar o início de um passo para uma outra direção. Se em “Pollen”, o Pop de “Let’s Make a Mistake Tonight” garantiu um frescor ao som característico do Tennis, no novo disco essa missão é realizada por “I Can Only Describe You” e “12 Blow Tires” — faixa que, segundo Moore, é o resumo dos últimos quinze anos da banda —, que varia entre preenchimentos de camadas de synths com uma guitarra simples e afiada de Riley, capaz de estender as texturas Dream Pop da dupla.

“In Love (Release The Doves)” é a peça que poderia muito bem ser a trilha de encerramento de um filme. E, na prática, é um pouco disso, já que encerra o filme do Tennis. Foram sete discos, turnês, fãs (eu, inclusive, sendo conquistado por causa da minha atividade com o Um Outro Lado da Música) e muitas histórias que seguirão na memória de todos que utilizaram da banda para a trilha sonora das suas respectivas vidas!