Atualizado em: maio 1, 2024 às 10:40 am

Por Guilherme Costa

“Nostalgia é um termo que descreve uma sensação de saudade idealizada, e às vezes irreal, por momentos vividos no passado associada a um desejo sentimental de regresso, impulsionado por lembranças de momentos felizes e antigas relações sociais.”

Nostalgia foi uma palavra bastante lembrada no ano passado, com os shows comemorativos (de qualquer comemoração que fosse) do RBD, NX Zero, Forfun, Titãs, o encontro, a I Wanna Be Tour e entre tantos outros (como, também, o primeiro show da história do Blink 182 no Brasil). Então é claro que qualquer retorno de um artista neste meio tempo é tratado sob a ótica da nostalgia!

Lá nos Estados Unidos, quem retornou de um longo hiato foi o Alien Ant Farm. Lembra? do cover de “Smooth Criminal” do Michael Jackson. O último álbum de inéditas do grupo, “Always and Forever”, havia sido lançado em 2015, que na época era tratado como um retorno, uma vez que o seu antecessor (“Up In The Attic”) foi lançado nove anos antes.

A marca de nove anos sem um lançamento se manteve, e no último dia 26 de abril saiu o sexto disco do grupo formado por Dryden Vera Mitchell (vocalista), Michael “Mike” Cosgrove (baterista), Terence “Terry” Corso (guitarrista), Tim “Timmy” Peugh (baixista), “~mAntras~”, de forma independente.

Para quem viveu foi adolescente no início dos anos 2000, com o Pop Punk, Nu Metal e o Rock/ Metal Alternativo (de bandas como o Saliva), certamente ativou o sentimento de nostalgia com o retorno do Alien Ant Farm. Mas uma coisa que eu afirmo, é que a nostalgia por nostalgia não se sustenta quando o artista decide entrar num estúdio e gravar um material novo!

“~mAntras~” carrega a energia de uma banda disposta a seguir adiante, mesmo que seja no mesmo caminho de outrora. Porque não dá para dizer que há algo diferente (a exceção da meio experimental faixa-título), mas dá para afirmar que não é um disco tentando emular o início dos anos 2000, como fica bem claro com as duas faixas que abrem o álbum: “The Wrong Things” e “Last dAntz”.

Como todo adolescente cresce, com a banda não foi diferente: “crescimento, divórcio, filhos, família, morte, separação de bandas, cirurgias, doenças, saúde – tudo está neste disco. É literalmente um produto de toda a merda, boa e ruim, que passamos.” Comentou o guitarrista Terry Corso. Todo esse crescimento, além de ser mostrado na parte lírica do álbum (como em “Fade”), é nítido na parte instrumental bastante sóbria do grupo – responsabilidade também do produtor Esjay Jones. Por falar na banda, o outro ponto do sucesso é a grande voz de Dryden Vera Mitchel, que não deixa o ritmo cair em nenhum momento.

Quando eu ouvi “So Cold” –  o ponto alto do álbum, eu pensei que o álbum soaria mais metal do que alternativo. Bom, essa quebra de expectativa não foi o suficiente para eu achar que “~mAntras~” deva ser relegado ao título de “nostálgico”. Seja daqui a (outros) nove anos ou não, o Alien Ant Farm mostrou que a nostalgia deve ser combatida com material inédito de qualidade.