Atualizado em: junho 30, 2024 às 5:38 pm
Por Guilherme Costa
Em setembro do ano passado eu estive no Teatro Rotina para assistir um show da Filarmônica de Pasárgada. Enquanto a banda não subia ao palco, eu conversei com um senhor (que eu não me recordo o nome) sobre o grupo, as músicas e sobre a sempre comentada vida. Em dado momento, o senhor comentou que o Marcelo Segreto “era um compositor arrojado”, e eu concordei. Bom, para a nossa felicidade, o músico não tem só a Filarmônica como projeto musical.
Saindo de Pasárgada, Marcelo Segreto lançou o seu primeiro EP solo (“América, América”) em 2020, e o sucessor mais recentemente, no último dia 19 de junho, via Selo Gravadora Experimental (Fatec-Tatuí). Intitulado, como “Cinemúsicas, Vol.1”, o EP evidentemente é inspirado em filmes dos mais diversos gêneros, e conta com algumas faixas já lançadas.
O registro inicia com “Rosebud” – o título é em alusão as últimas palavras proferidas por Charles Foster Kane, em “Cidadão Kane” -, onde Segreto não soa distante da sua banda, com o seu violão sendo acompanhado por violoncelo e clarinete (algo muito comum na sonoridade da Filarmônica). Já na sequência, a bela “Lost In Translation” (faixa inspirada no clássico da Sophia Coppola) conta com a participação da cantora Tatiana Parra, e começa dar uma cara mais distante da Filarmônica.
Não que o Marcelo queira se distanciar da sua banda, mas quando um artista se propõe a fazer algo solo é sempre esperado algo diferente. E é o que tem acontecido na carreira solo do músico!
“Me Chame Pelo Seu Nome”, “Dançando No Escuro” e “Uma Vista da Baía de Guanabara” – faixa que conta com a participação do eterno Titã Paulo Miklos, e homenageia o que por muitos é considerado o primeiro filme nacional, embora ele nunca tenha sido lançado – completam a série de homenagens a filmes que marcaram a vida do Marcelo Segreto, carregada de belos arranjos. Contudo o EP está longe de ser apenas uma mera homenagem! Como eu disse no início, as composições arrojadas de Segreto foram capazes de tomar para si os filmes, mostrando o quão criativo o paulistano é!