Atualizado em: fevereiro 13, 2024 às 11:51 am
Pouco mais de quatro anos após pegar leve com o disco de Folk, “Birth of Violence” (sonoramente falando, uma vez que o conteúdo lírico é sempre pesado), a californiana Chelsea Wolfe retornou com o peso em seu sétimo disco de estúdio, “She Reaches Out To She Reaches Out To She”, lançado na última sexta-feira (9), via Loma Vista Recording.
O extenso nome do álbum também reflete na gama de sensações que o disco emula. Para Wolfe, este foi o seu primeiro registro lançado após a luta pela sobriedade, no qual um dos grandes desafios foi se abrir em a necessidade de algum conteúdo tóxico: “É um disco sobre o eu passado alcançando o eu presente, alcançando o eu futuro para convocar mudança, crescimento e orientação”, comentou a musicista em comunicado.
Entre as influências citadas, Depeche Mode, Massive Attack, Bjork, Nine Inch Nails e Madonna (obviamente a faixa, “Frozen”, do disco, “Ray of Light”) fizeram parte da construção do álbum. “Whispers In The Echo Chamber” e “House Of Self-Undoing” abrem o registro com os dois pés na porta: dissonantes, desconfortantes, industriais e pesados são os sentimentos que guiam o ouvinte, fazendo jus às influências citadas por Wolfe.
O ritmo freneticamente melancólico segue com as faixas “Everything Turns Blue” e “Tunnel Lights” – esta, com bastante influência do Trio Hop -, explorando bastante ruídos e elementos eletrônicos. Após um disco mais cru, “Birth of Violence”, “She Reaches Out To She Reaches Out To She” entregou o peso que esteve em “Hiss Spun” e “Abyss”, porém mais preenchido e mais ousado.
Não é só peso e dissonância que o álbum oferece. Quando o ritmo dá uma desacelerada, a atmosfera densa é quem dita a segunda parte do álbum. “The Liminal” e “Eyes Like Nightshade” – “Como iguais, nos encontramos/ O tempo desmorona/ Silenciosamente, você se vira para mim/ Um contorno, uma silhueta” – são boas amostras do clima sombrio que permeia o álbum.
“Dusk” encerra a jornada de “She Reaches Out To She Reaches Out To She”, transmitindo bastante melancolia e peso num álbum que afirma – outra vez – toda a qualidade de Chelsea Wolfe e a sua parceria com Ben Chisholm (piano e programações), Bryan Tulao (guitarras) e Jess Gowrie (bateria).