Atualizado em: agosto 9, 2024 às 10:23 am

Por Guilherme Costa

Formado por Madeline Follin (vocal) e Brian Oblivion (guitarra e sintetizadores), o Cults chegou ao seu quinto disco de estúdio após o lançamento de “To the Ghosts”, no dia 26 de julho, via Imperial Records. Quatro anos após “Host”, que se mostrou diferente do seu antecessor (“The Offering”), o novo lançamento mostra a dupla norte-americana entregando um disco com elementos diferentes dos seus antecessores.

Na verdade, os elementos seguem sendo os mesmos: Indie Pop e um som clássico do Pop dos anos 60. “Cry Baby”, por exemplo, poderia ser alguma releitura de algum clássico da Motown Records. Outro aspecto que se manteve foi o tom agridoce que a sonoridade do Cults sempre trouxe (embora haja reconfortos como o hit “Always Forever”); “Cry Baby”, com a sua vibe empolgante, conta com Follin dizendo no refrão: “Bebê chorão/ Tão preso em sua miséria/ Bebê chorão/ Você perde muito tempo, parece”.

Há a conexão com os trabalhos anteriores, como em “Left My Keys” que lembra em muito a roupagem do álbum “Static”. Mas é a partir de “Onions” que os sintetizadores etéreos ganham destaque, mostrando a evolução entre “Host” e “To the Ghosts”. Soando mais como um Dream Pop, a sonoridade que sempre esteve próxima da década de 60 se esvai, dando lugar à paisagens mais oníricas que são a regra em “Crystal”, “Leave Home”.

Oblivion disse que no novo álbum eles estavam “cavando fundo em nossa coisa, e se você gosta de algo que fizemos antes, você vai amar este.”. A fala é confirmada quando você se depara com “Eat It Cold” – faixa que remonta às lembranças nada agradáveis da infância -, e a sua atmosfera carregada de suspense.

Sintetizadores sempre fizeram parte da história do Cults. Mas em “To the Ghosts” eles são elevados ao ponto de mudança (mesmo que leve) direção da dupla. Talvez seja porque Madeline Follin se envolveu mais na composição. Mesmo assim, a conexão com o passado segue firme, e o encerramento etéreo de “Hung The Moon” mostrou como o Cults segue sem soar repetitivo.