Atualizado em: março 24, 2025 às 8:59 am
Por Guilherme Costa
“Preste atenção. Fique confuso. Não é a vida real. Esse é o meu último disco.” É assim que o artista conhecido por El Escama anunciou o seu segundo álbum de inéditas, “Esse É Meu Último Disco”, lançado na última quinta-feira (20), via Studio 7. Mas ele logo ameniza e revela que o título “é clickbait”!
Clickbait, inclusive, nada mais é do que um título sensacionalista ou, no mundo dos conteúdos da internet, uma thumb provocativa e absurda (entende-se, enganosa), que leva a pessoa a clicar imediatamente no link da matéria e/ ou vídeo. Após o clique, a pessoa descobre que o conteúdo do título não está de acordo com o conteúdo em questão.
Embora o nome do álbum esteja neste contexto de um título tendencioso, uma vez que o músico não tenha pretensões de pausar o seu trabalho com a música, a mensagem condiz com o tema base do álbum que gira em torno da má relação que a sociedade tem com a tecnologia: “A minha visão sobre as redes sociais e do nosso comportamento enquanto usuários não é positiva. Logo, um clickbait fez todo o sentido na intenção de evidenciar o tom crítico e irônico contido nas canções”.
Ao lado de Pedro Mello, Emílio Mizão, Gui Jesus Toledo e Felipe Faraco, “Esse É Meu Último Disco” leva através do rock nacional a mensagem de que “o mundo é maior que o círculo social”. Há também espaço para um riff de Blues à lá Jimi Hendrix, em “Suspensão Voluntária da Descrença”; flerte com o pop rock de Nando Reis e Skank (“Mesmo”) e muitas camadas eletrônicas, como na ‘sintetizada’ “Dopamina”.
El Escama aborda os efeitos colaterais da nossa relação com a tecnologia de forma crítica, ácida e até sutil (como na intenção do título), em seu segundo disco de inéditas.