Atualizado em: maio 6, 2025 às 5:57 pm
Por Guilherme Costa
O Eluveitie é uma das bandas responsáveis pela absorção dos vocais guturais nos meus ouvidos de jovem metaleiro. E com o site (cada vez mais) incluindo o material do Metal em sua editoria, eu não podia deixar de escrever sobre o novo disco do grupo suíço, “Ànv”.
Lançado no dia 24 de abril, via Nuclear Blast, o nono álbum de um dos grandes nomes do Folk Metal é o terceiro da atual fase da banda, que iniciou quando Alain Ackermann (bateria), Jonas Wolf (guitarra) e Fabienne Erni (vocal) – além da Michalina Malisz, que já não está mais no grupo – entraram na banda em 2016. Após um álbum quase acústico, próximo ao que o Faun faz (com muita qualidade), e outra grande amostra entre a mistura de Death melódico e Folk Metal em “Ategnatos”, era a vez dos comandados de vocalista Chrigel Glanzmann (líder e compositor da banda) mostrar que ainda tinham mais a oferecer.
“Emerge” é o interlude que introduz a pesada “Taranoías”, cujo destaque vai para o baterista Ackermann que desce o braço durante os poucos mais de 3 minutos de música, esbanjando variações rítmicas; contudo, a música – que poderia estar no álbum “Origins” – não chega a ser o ponto alto da parceria entre Glanzmann e Erni. Ao contrário da faixa seguinte, “The Prodigal Ones”, onde os sempre imponentes guturais do líder da banda é sucedido pelo alívio melódico do refrão cantado por Fabienne Erni. O single “Premonition” – uma das minhas favoritas da bandas – também é outra amostra de como a parceria entre os dois seguem dando certo
Erni, inclusive, continua cumprindo com a difícil missão de substituir Anna Murphy. Embora a antiga vocalista trazia um aspecto mais Metal, Erni dá um tom diferente e mais melódico (como em “Epona” e “Rebirth”, por exemplo) para a sonoridade do Eluveitie, sendo essencial para o grupo não cair numa mesmice: “Awen”, por exemplo, é muito fácil de ser identificado como uma música pós “Evocation II: Pantheon”.
As doses de Death Metal são acentuadas nas pesadas “The Harvest” e “Aeon of the Crescent Moon” que, mesmo não oferecendo nada de novo, é o pedágio necessário de todos os discos do grupo e mostram os guitarristas Rafael Salzmann e Jonas Wolf em grande forma. Já “The Prophecy” é caracterizado por traços épicos e místicos, finalizando o álbum em grande estilo.
“Ànv” não chega a ser melhor do que o seu antecessor, mas há amostras de que o período entre eles – seis anos – não deixou Glanzmann e companhia perderem o fio da meada. “Ànv” é um disco que contém todos os elementos do Eluveitie, com guitarras ora pesadas ora groovadas, flautas, violino, bateria arrojada, além da dinâmica entre gutural e vocal limpo dos cantores. Um álbum que nenhum fã vai botar defeito!