Atualizado em: abril 2, 2025 às 2:07 pm
Por Guilherme Costa
O Envy of None é um projeto criado por Andy Curran (Coney Hatch), que posteriormente recrutou Alfio Annibalini, Maiah Wynne e o lendário guitarrista Alex Lifeson, para a sua formação. Se o autointitulado disco de estreia do quarteto já mostrou que a banda não é um mero projeto de um ex Rush, o segundo consolida o trabalho do Envy of None como um grupo de Indie Rock.
“Stygian Wavz” foi lançado na última sexta-feira (28), via Kscope, em todas as plataformas de streaming. A estreia Indie Rock aliada a camadas eletrônicas encurralada numa atmosfera minimalista, divide o lugar com um som mais rock and roll (o que quer dizer mais guitarras) focado nas bases de Curran e Lifeson, que é logo mostrado de cara na abertura do álbum com a ‘basicona’ “Not Dead Yet” e na balada “The Story” – uma das faixas favoritas da cantora Maiah Wynne, como ela bem comentou em entrevista para o site.
“Under The Stars” e “Thrill Of the Chase” garantem uma dose de experimentação no registro. Enquanto a primeira inicia com uma percussão de tabla indiana, para ceder à atmosfera densa e minimalista já conhecida do grupo; a segunda é mais New Wave (embora a introdução seja um beat de EDM) com um quê da era Invisible Touch do Genesis (inclusive, em “Thrill Of the Chase”, Liefson cria bases típicas do Mike Rutherford na fase pop da sua banda), no qual o sintetizador de Annibalini ganha total destaque. O sintetizador também é uma ponta que conecta o novo álbum com o debut; em “Raindrops”, por exemplo, o campo minimalista é contrastada com as passagens progressivas suaves que preenchem todas as suas lacunas – como ocorre em “Look Inside”.
Com um timaço de músicos experientes, a jovem Maiah Wynne segue se destacando pela sua bela e doce voz, capaz de ser sensual e dramática na mesma proporção. Seja nas faixas mais diferentes ou no “som mais Envy of None”, a norte-americana consegue imprimir a sua personalidade (“Handle With Care” poderia muito bem estar em seu disco solo de estreia, “Out of Dark”). O grande destaque vai para “Clouds”, a melhor do disco, num rock mais cru (com um belo solo de Lifeson) em que Wynne canta os duros versos “eu estive perdido nas nuvens/ encontrei um amigo no escuro/ está rastejando pelo meu pescoço/ esculpindo formas na minha cabeça”.
O segundo disco do EON tem muito da sua estreia e um pouco (também) para mostrar que o quarteto é um nome a ser notado, para além dos seus trabalhos anteriores, e destacado por sua discografia. “Stygian Waves”, a faixa que encerra o álbum, conecta essas duas pontas e dá a certeza de que a sonoridade que o grupo não tem limites.