Atualizado em: abril 17, 2025 às 9:19 am

Por Guilherme Costa

Muito se fala sobre os sucessores que carregarão a tocha do Heavy Metal (e seus subgêneros) pelas próximas décadas. No Brasil, é inegável que o Sepultura e o Angra são os dois grandes nomes do gênero; e há também outros destaque, como os veteranos do Ratos de Porão, Krisiun, Torture Squad, Korzus, entre outros nomes que seguem fazendo um trabalho de altíssima qualidade. Entre os nomes da nova geração, Nervosa e Crypta vem se destacando e se consagrando no Brasil e ao redor do mundo, ao passo que outras bandas também tem conquistado o seu espaço aqui e na gringa (como o AXTY, por exemplo). Outro nome dessa nova geração é a Eskröta .

Atualmente formado por Yasmin ‘Ya Exodus’ Amaral (vocais e guitarra), Tamyris ‘Thamy’ Leopoldo (baixo) e Jhon França (bateria), o trio de Crossover lançou o seu mais recente álbum de inéditas “Blasfêmea”, firmando o nome da banda entre os grandes nomes da cena brasileira.

Preparem os ouvidos para a porrada da Eskröta

Para quem já está acostumado com o som do trio, o novo disco segue em sua linha Crossover (Thrash Metal + Hardcore) característica, tendo letras claras e diretas sobre tudo o que as incomodam e atingem (seja pessoalmente ou enquanto grupo); além do discurso antirracista, fascista e contra o machismo.

Lançado na última sexta-feira (11), via Deck, o álbum conta com algumas participações especiais, como no single promocional “LBR (Latina, Brasileira, Revolucionária)”, que conta com a participação de Rafa Almeida e Nego Henrique (Cordel do Fogo Encantado). Em “Mantra”, o trio ganhou o reforço da MC Taya (cantora que pratica o chamado ‘FOCK’, Funk + Rock) para gritar o poderoso refrão “onde senta um estuprador e ninguém levanta/ são todos coniventes, repita como mantra”.

Embora o álbum seja norteado por riffs e linhas de baixo/ bateria tão velozes quanto pesado, há muito groove também. Em “Loser”, por exemplo, a guitarra de Yasmin chega a ter momentos próximos do Death Metal – além do belo solo. Já em “+666x”, o refrão pende mais para a roupagem do Project46. A propósito, o que mais tem em “Blasfêmea” é refrão para gritar a plenos pulmões: “Fantasmas Pt.2” é outro grande exemplo.

“Misery” é introduzido com as falas da nada simpática Annie Wilkes (personagem principal do filme de mesmo nome, por sua vez, inspirado no livro de Stephen King). Aqui, o Hardcore/ Thrash Metal volta à cena, que também segue nas faixas “Mulheres Combinam com Sucesso” e “Quanto Tempo” – faixa que finaliza o álbum.

Grandes letras, vocais raivosos, riffs intensos de guitarra, baixo pulsante, bateria pesada e dinâmica. O que estava bom em “Atenciosamente, Eskröta” foi intensamente melhorado em “Blasfêmea”, que garante o seu lugar de destaque na cena do Metal tupiniquim.