Atualizado em: agosto 26, 2024 às 6:03 pm

Por Guilherme Costa

O Foster the People é um dos vários exemplos de bandas/ artistas que ficaram à sombra do sucesso estrondoso de um single. No caso do então quinteto, formado por Mark Foster, Isom Innis, Sean Cimino, Mark Pontius e Jacob “Cubbie” Fin, o ano de 2011 (curiosamente o ano de lançamento de outro grande hit, cujo sucesso não os mesmos passos no decorrer da sua carreira: Gotye – “Somebody That I Used To Know”) foi marcante pelo hit “Pumped Up Kicks”, presente no álbum de estreia do grupo “Torches”.

Treze anos depois, agora somente com Mark Foster e Isom Innis presente na formação (Sean Cimino deixou o grupo neste ano) o Foster the People lançou o seu quarto disco de estreia “Paradise State of Mind”, sete anos após o seu antecessor “Sacred Hearts Club”. Sob a produção de Chrome Sparks, o disco saiu no dia 16 de agosto, via Atlantic Records.

A primeira prévia do álbum, “Lost In Space”, foi liberada no final de maio, dando indícios que o novo lançamento seria direcionado para a Disco Music. Mark Foster, inclusive, chegou a comentar sobre as suas influências para o novo álbum:

“O disco começou como um estudo de caso do cruzamento do final dos anos setenta entre disco, funk, gospel, jazz e todos esses sons. Foi um momento tão bonito no tempo, quando esses diferentes estilos de música estavam se cruzando – artistas como Nile Rogers e Chic, o Tom Tom Club e Giorgio Moroder. Eu queria mergulhar nisso e descobrir o que eles estavam fazendo. Eu também estava pensando como essa era tem paralelos musicais e sociais com o momento em que estamos agora, com a gigantesca recessão nos anos setenta, a turbulência política pós-Vietnã e outras grandes tensões. Mas então você vê essa expressão de alegria acontecendo através da música, e eu comecei a pensar na alegria como um ato de desafio”.

Embora “Paradise State of Mind” comece com o som clássico do primeiro álbum, com o animado Indie Dance Pop de “See You In The Afterlife”, as intenções disco ficam claras com as faixas “Take Me Back”, “Let Go” – além de “Lost In Space”. Há uma aura Dream Pop moderna no álbum, como na faixa título.

Se eu comecei a matéria dizendo sobre os artistas de um sucesso só, eu finalizo pontuando a necessidade de descer as camadas desses artistas, para não resumir toda a obra em uma só música. “Paradise State of Mind” é uma boa amostra de uma banda que conseguiu superar os percalços do showbiz, entregando um álbum que reforça a qualidade do Foster the People.