Atualizado em: dezembro 14, 2024 às 9:11 am
Por Guilherme Costa
Eu conheci o Guga Bruno quando ele lançou o disco “A Falsológica Batalha Entre Mu e o Povo Agônico” (que esteve entre os Melhores do Ano de 2022). De lá pra cá, o músico multimídia lançou o EP “Arrastão de Tom Zé” (também em 2022), gravou o álbum de estreia do Melvin & Os Inoxidáveis (este esteve entre os Melhores do Ano de 2023) – banda da qual ele é guitarrista – e lançou alguns singles solos no ano passado. Neste ano de 2024, Guga realizou a sua primeira exposição fotográfica, “A realidade é quase abstração – Viagem pitoresca à periferia”, venceu a IV Mostra competitiva de Cinema e Audiovisual – UVA 2024, com o curta Veneta (em seis categorias) e foi premiado com os filmes “Kasa Branca” e “Quando vira a esquina” – ambos em parceria com Fernando Aranha -, também por seu trabalho envolvendo trilhas sonoras.
Ufa!
De repente, veio o anúncio do seu sétimo disco de estúdio (sugestivamente intitulado “7”). Lançado no dia 9 de novembro, o cantor carioca comentou em suas redes sociais que “7” “é meu melhor conjunto de letras, ideias, canções e arranjos”. Ele seguiu dizendo que ele é “fruto de 5 anos de muitas emoções e reviravoltas na trama da vida , ‘7’ é profundamente visceral e pessoal , foi a forma que eu encontrei de lidar com um tanto de coisas que foram surgindo e normalmente não temos tempo de refletir sobre.”
Diferentemente do seu antecessor que tinha mais Samba Rock e MPB, “7” é todo Rock n’ Roll, tendo também influências do Blues Rock, como fica explícito em “Achismos” e na bela “Fiapo”. Em outras faixas como “Mesmo Sem Querer”, a espécie de interlude “Dormente” e “Escapismos”, Bruno flerta com a psicodelia e progressivo brasileira das décadas de 60/70. Já em “Sorte, escolha e circunstância” o rock nacional do início dos anos 2000 se apresenta no álbum.
De fato, “7” pode ser considerado como o melhor álbum do Guga Bruno, tanto em relação aos arranjos quanto na parte lírica. “Passaporte”, faixa que encerra o álbum, há uma questão existencial num jogo de palavras que sintetiza a qualidade das letras de disco: “não faça planos/ faça pães/ faça partos/ faça parte do que quer mudar/ faça arte/ faça chuva ou faça sol e na tempestade faço um samba para respirar”