Atualizado em: outubro 18, 2024 às 10:58 am
Por Guilherme Costa
Faz muito tempo que Jerry Cantrell, uma das lendas vivas do Grunge, lançou o seu primeiro disco solo “Boggy Depot”, que foi lançado em 1998, em meio a incertezas a respeito do Alice In Chains. Embora haja coisas muito “Alice In Chains”, como “Dickeye” e “My Song”, o álbum conseguiu se distanciar musicalmente do que era feito com a sua banda. A sequência lançada em 2022, “Degradation Trip”, já o situou no universo da sua banda.
Pulando para os anos mais recentes, Cantrell retomou os trabalhos com o Alice In Chains, numa sólida formação com William DuVall (além dos integrantes remanescentes), e a sua carreira solo. O disco “Brighten” foi lançado em 2021, dezenove anos após o seu antecessor. O disco mais leve, seguindo a vibe da faixa “Voices” do AIC, mostrou o quão grande cantor e compositor é Cantrell. E como grande cantor e compositor, o seu sucessor (“I Want Blood”) não poderia ser melhor.
Lançado hoje, sexta-feira (18), “I Want Blood” soa bem mais pesado do que o seu antecessor, focando nas melodias densas que são características em sua vida. É impossível não ouvir “Vilified” e “Afterglow” e não lembrar do Alice In Chains (seja com Layne ou DuVall nos vocais). Mas o peso arrastado de sua guitarra não é o resumo do álbum, ao passo que a faixa título e “Echoes Of Laughter” é direcionada para um rock mais enérgico e pulsante.
Desde a primeira vez que eu ouvi o Alice in Chains, a voz de Cantrell me achou a atenção, sendo o tipo de back vocal que consegue roubar a cena, como Sambora, Chris DeGarmo e Duff McKagan (embora este não tenha a mesma voz poderosa dos outros citados). E ouvir os seus discos solos, causa certa catarse no aspecto de ser algo que dificilmente é explorado (mesmo que ele tenha assumido o protagonismo na nova formação do Alice In Chains) e logo tem de ser apreciado de todas as formas possíveis.
“I Want Blood”, como Cantrell sugere, é como “levar um soco na cara”. O show de riffs e harmonias vocais, como nas faixas “Throw Me A Line” e “Let It Die”, é como ouvir a palavra de um professor que está há muito tempo em sua área, mostrando sempre como o show deve ser feito!