Atualizado em: junho 27, 2024 às 8:13 am

Por Guilherme Costa

Sempre que um movimento (ou estilo) musical surge, há algumas camadas que são menos exploradas mas que são igualmente geniais. Eu posso citar diversas bandas/ artistas que não conseguiram atingir o sucesso do “primeiro escalão” mas que não devem em nada para os gigantes. No Nu Metal, Coal Chamber, Orgy, Sevendust e as Kittie são os grupos que não devem em nada para o Slipknot, Korn, Linkin Park e Limp Bizkit.

Proveniente do Canada, as “gatinhas” se destacaram em 1999 com o disco de estreia “Split”. A época, as irmãs Morgan e Mercedes Lander (vocal e bateria, respectivamente) eram acompanhadas da guitarrista Fallon Bowman e da baixista, Tanya Candler. O Hardcore extremamente agressivo do álbum de estreia foi evoluindo até o então último disco de estúdio do quarteto “I’ve Failed You”, que já tinha uma grande influência do Thrash Metal.

Pouco tempo após o lançamento de  “I’ve Failed You”, a banda entrou num hiato que só foi encerrado no ano passado para alguns shows especiais. A reunião evoluiu para um disco, e na última sexta a Kittie lançou o seu sétimo disco de estúdio “Fire”, via Sumerian Records. Agora com a baixista Ivy Jenkins (que já havia integrado a banda entre os anos de 2007 a 2012) e a guitarrista, Tara McLeod, acompanhando as irmãs Lander.

Sob a produção de Nick Raskulinecz, a banda se mostrou bastante afiada e entrosada, e em nenhum momento olhando para trás. Isso muito se deve a voz de Morgan, que surge melódica e agressiva na mesma medida, lembrando os bons momentos da Alissa White-Gluz no Agonist (por sinal, uma banda canadense). Mesmo que o grupo não tenha olhado para trás, é evidente que há alguns elementos que ficam evidentes na faixa “I Still Wear This Crown”. Com o ar renovado, “Falter” e “Fire”, mostram como há um tom moderno no disco.

Quando eu escrevi sobre o novo álbum do Alien Ant Farm, eu comentei que o senso de nostalgia só é valido (por si só) quando a banda não entre em estúdio; a partir do momento em que você decide gravar um material de inéditas, é preciso olha para o agora e para o futuro. Em “Fire” isso foi o que aconteceu; quando você escuta “We Are Shadows”, “Wound” e “One Foot In The Grave”, fica claro que a reunião das Kittie não soa como algo esporádico.