Atualizado em: agosto 22, 2024 às 10:38 am

Por Guilherme Costa

Na última segunda-feira (19) saiu o segundo disco solo da cantora Liniker, “Caju”, em todas as plataformas digitais. O álbum, lançado de forma independente, saiu três ano após o lançamento da sua primeira empreitada sem o Caramelows – sua banda de apoio -, “Indigo Borboleta Azul” (álbum que rendeu um Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira). O disco contou com a produção de Fejuca e Gustavo Ruiz.

Quando a cantora liberou a primeira prévia do seu álbum, “Tudo“, ficou notório que o seu novo registro de inéditas teria uma roupagem mais Pop. A faixa que abre o disco e leva o nome do álbum, entretanto revela um R&B passeando entre a sensualidade e a melancolia, enquanto Liniker se questiona “Quero saber se você vai correr atrás de mim/ Num aeroporto/ Pedindo pra eu ficar, pra eu não voar/ Pra eu maneirar um pouco/ Que vai pintar uma tela do meu corpo nu”. O som de um avião decolando é a passagem para o dançante single “Tudo”, cujo refrão é cantado: “Deixa eu ficar na tua vida/ Morar dentro da concha/ Do teu abraço não quero largar”.

Em declaração a respeito do single “Tudo“, Liniker comentou com orgulho sobre o single e o disco ser “uma apropriação muito bonita de mim. Eu estou muito feliz de, pela primeira vez, me sentir com autoestima para falar sobre o meu eu sem abaixar a cabeça”. A autoestima refletiu no alter ego “Caju”, que “nasce dessa força de querer me enxergar com mais carinho. Com quase 10 anos de carreira, entendi que tenho de ser dona da minha narrativa. ‘Indigo Borboleta Anil’ me colocou em pé. Agora, ‘CAJU’ vai me fazer correr, me dar movimento. Fico muito feliz em poder falar, pela primeira vez, que me sinto muito segura.”

Segurança e auto estima certamente foram impulsionadas com a trinca de faixas com pouco mais de sete minutos: “Veludo Marrom“, “Ao Teu Lado” (que contou com a participação especial de Amaro Freitas e a dupla Anavitória) – ambas as faixas também contaram com a participação da Orquestra Jazz Sinfônica – e “Me Ajude A Salvar Os Domingos“.

Mas o grande destaque de “Caju” vai para a variedade de estilos imprimidos nas composições pessoais e universais da Liniker. No mundo de “Caju” há espaço para as eruditas “Veludo Marrom” e “Ao Teu Lado“, para o swing latino dançante, tão dançante que descamba para o Axé em “Negona Dos Olhos Terríveis“, faixa que conta com a participação do grupo BaianaSystem, o samba de “Mayonga“, o R&B de “Papo de Edredom“, que conta com a participação da cantora Melly, e “Popstar“, para o pagode de “Febre“, Brega de “Pote de Ouro“, que conta com a participação da Priscila Senna, e a Disco “Deixa Estar”, que conta com a participação de Lulu Santos e Pabllo Vittar.

Dialogando com todos, “Caju” não é só uma virada na musicalidade da Liniker. É um diário aberto para a autoconfiança e segurança do seu próprio talento.