Atualizado em: setembro 23, 2024 às 11:08 am
Por Guilherme Costa
Em novembro de 2020 a paulistana Malu Magri lançou o EP “De Uma Para Outra”, fazendo a sua estreia no mundo da música. Com cinco faixas, o registro apresentou a cantora influência da MPB/ Bossa Nova. Quatro anos depois, e alguns outros singles lançados (incluindo a participação no single “Pela Primeira Vez”, do Giuliano Lagonegro), Magri lançou o seu primeiro disco de inéditas “Morrendo de Prazer”, na última sexta-feira (20).
Produzido por Zé Nigro, “Morrendo de Prazer” começou a ser divulgado em julho, quando a cantora lançou o single “Tuas Veias”. A sequência veio com a faixa “Movimento”, que conta com a participação da cantora Assucena. Pelas duas prévias já deu para presumir que o álbum teria influências de Boogie e do pop dos anos 80 da Gal Costa, Rita Lee, entre outras. Mas havia uma surpresa!
A faixa que abre o álbum, “Cabeça-Inferno”, é um soft rock daqueles com a cara dos anos 60/70, com um instrumental bastante redondo (trabalhos de André Marrocos, Gabriel Lima e Zé Nigro), enquanto Malu Magri mostra a versatilidade da sua voz. Em “Cartas de Silêncio”, há uma guitarra bem típica dos Mutantes, enquanto o tom confessional dá as cartas na letra da faixa. Em “Baby Baby” Malu Magri brinca com o inglês e português, mostrando que é uma grande compositora.
Para além das influências, “Morrendo de Prazer” pode soar tanto confessional quanto uma ode aos prazeres descompromissados da vida, como ela e o Rodrigo Alacron cantam na dançante “Traia Me Traia”: “O que eu quero é sentir o sabor da ferida que este mundo tem”; e como ela bem explicou em entrevista para O Grito, no lançamento do single “Tuas Veias”:
“Essa canção faz parte de um movimento de trazer minhas dores e frustrações para um lugar mais dançante, para aprender a dançar com a dor, literalmente. E todo este processo criativo me ajudou a lidar com tudo de um jeito mais leve”
Curiosamente o final (com a faixa “Vida Solear”) surge com um bom rock que vai ficando mais forte com o seu desenvolvimento, concluindo trinta minutos de pura dança.