Atualizado em: dezembro 6, 2024 às 8:58 am

Por Guilherme Costa

Após o lançamento de dois álbuns de estúdio (“Helpless” e “Unbreakable”) o AXTY nos entregou o seu terceiro álbum de inéditas “Hannya”, no dia 2 de julho, via Outono Music. Se a estreia foi para marcar terreno, e a sequência a banda preferiu soar mais eletrônico e melódico (embora eu ache que “Unbreakable” é mais pesado que o debut), “Hannya” é não só a evolução quanto o resultado de uma maturidade da sonoridade dos paulistanos. Aqui há muito camadas eletrônicas presentes no Metalcore atual, como um show de riffs, groove e muito gutural.

Após o interlude (“Mugen”), “Take Me Down” e “Solitude” resumem muito bem o quanto Felipe Hervoso (vocal), Felipi Grivol (guitarra), Jonathas Peschiera (baixo) e Gabriel Vacari (bateria) estão lúcidos e confiantes: as bases eletrônicas e o groove do baixo/bateria funcionam como uma espécie de domo, cujo centro é a poderosa guitarra de Grivol e o versátil vocal de Hervoso, que caminha entre o vocal limpo e um gutural muito mais brutal do que outrora. Para a Roadie Crew, a banda comentou algo sobre o processo de gravação que me chamou a atenção:

“A gente tá muito feliz e satisfeito com o que conseguimos com este terceiro álbum, além das faixas serem mais coesas entre si, contamos uma história com as músicas, através das letras e da sonoridade. Quanto ao arranjo, nós nos divertimos muito fazendo este álbum e tudo o que vocês estão ouvindo em ‘Hannya‘ é fruto de muita alegria, diversão e de pessoas que estão satisfeitas com o resultado”

A diversão pode ser notada nas transições a partir de “Relaxing Nature Sounds” até “Fade Away”. Enquanto o som vai ficando mais agressivo, descambando até para o Death Metal, “Emptiness Within” (uma bom híbrido entre o segundo e o novo álbum) – que conta com a participação de Taylor Barbe – se encerra com um “batidão” eletrônico emendando na Tiesto “We’ll Be Back After A Short Break” que, por sua vez, emenda na “Fade Away”, quando alguém sugere uma ideia para um o riff. E então o riff surge pesadíssimo, numa faixa que tem um quê de Hardcore.

O peso também está presente nos temas das letras, como é o caso do refrão claustrofóbico de “Fall Again” (“Eu não posso fingir para sempre/ A vida era feita de areia/ Eu não suporto a pressão/Eu vou cair de novo”) – seguindo a rota contrária de ” What i’ve Become”, faixa do álbum de estreia. “Six Feet Under” segue com a temática melancólica, porém lembrando dos tempos mais “brandos” do segundo álbum, com um refrão um pouco mais “pop”.

Porrada do começo ao fim, é como pode ser resumido “Hannya”. Para além do próprio peso, o disco é uma clara evolução dos seus antigos álbuns. Eles mudaram algo? Não, apenas melhoram bastante.

O AXTY está entre os Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música!