Atualizado em: dezembro 23, 2024 às 9:30 am
Por Guilherme Costa
Uma das características dos Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música é a inclusão de artistas da América do Sul. Enquanto os chilenos (Juan Desordenado, Columpios Al Suelo, Chini.png e a Virco) dominaram as edições anteriores, em 2024 o quarteto argentino Fin Del Mundo é quem dá o ar da graça no especial.
Formado por Lucía Masnatta (vocal e guitarra), Julieta Heredia (guitarra), Yanina Silva (baixo) e Julieta Limia (bateria), o grupo lançou o seu segundo álbum de inéditas (“Hicimos Crescer un Bosque”) em 18 de outubro, via Spinda Records, menos de um anos após a sua estreia. Com influências que passam pelo Indie Rock, Shoegaze, Dream Pop e Post Rock, as argentinas exploram guitarras cruzadas criando uma atmosfera claustrofóbica.
Abordar sobre as guitarras cruzadas não resume o disco, já que a dinâmica instrumental alterna entre o pesado e onírico – típico de bandas como o Slowdive – como ocorre com as introvertidas faixas “Una Temporada en el Invierno”, que abre o registro, e a seguinte, “Vivimos Lejos”. Em “Cuando Todo Termine” surge a sensação de “correr para as montanhas” não só pelas guitarras indies como também pela sua tema: “Depois de tanta espera/ Finalmente aprendemos algo/ Junte suas coisas e vamos embora/ Longe desse barulho absurdo/ E quando você voltar com a floresta dentro/ Tudo parece mais fácil agora”
Com letras curtas, embora o que elas tem a dizer seja tão marcante quanto as paisagens sonoras criadas, o álbum é quase instrumental. Nessa dinâmica de uma quase jam, as parcerias com o Eterna Inocencia (“El Día de las Flores”) e com Nicolás Adamo, na eletrônica “Microclima”, soam menos expansivas, porém não menos densas.
“Hicimos Crescer un Bosque” demorou menos de um ano para sair e as argentinas, que tanto nos visitaram em 2024, mostraram que há muito que dizer, seja pelas letras ou pela atmosfera de cada faixa.
As Fin Del Mundo estão entre os Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música!