Atualizado em: dezembro 27, 2024 às 9:53 am

Por Guilherme Costa

Um dos grandes lançamentos do ano foi o álbum “Bacuri”, dos estourados Boogarins. Mas o estado de Goiás produziu outras joias em 2024, como o álbum de estreia do Pink Opala, “Sempre Nunca”. O disco saiu após o lançamento do EP “Madrugada” em 2022 (o grupo também lançou um EP em parceria com o Bambolla Bakers em 2019).

Formado por Nataly Martins e João Victor, o Pink Opala sempre se orientou por um som cheio de camadas eletrônicas, passeando pela psicodelia do Tame Impala, sobretudo no EP de 2022. Porém, no álbum de estreia, a dupla optou por um som mais orgânico e a primeira mudança foi a adição de uma bateria acústica; e por mais que ela pareça estar em looping na faixa “Falta Lógica”, é muito claro como ela preenche os espaços que a parte eletrônica cedeu.

Lógico que a sonoridade do duo goiano não sofreu uma mudança tão brusca quanto alguns álbuns do King Gizzard and Lizard Wizard. Mas quando você ouve “Pra Sempre” (faixa do EP de 2022) com “De Brinde” e “Pra Você Não Esquecer”, há de se notar como o Pink Opala deixa de soar como “apenas” uma banda eletrônica, focando em guitarras e baixos minimalistas. Nessa coisa – típica de quem escreve resenhas de discos – de tentar definir as intenções da banda por uma música, “Cinza” é a minha escolha para definir como os sintetizadores outrora protagonista são usados na medida certa para a fusão com o tradicional “som de banda” (bateria, baixo e guitarra).

O ritmo é quebrado quando surge a acústica “Quem?”,  “Melhor Que Ninguém” (faixa com a participação do Boogarins) e a indie “Veneno”, oferecendo outras paletas à atmosfera de “Sempre Nunca”. Como a dupla comentou ‘Sempre Nunca’ é o desfecho de todos esses anos trabalhando e fazendo música juntos, mas não no sentido de uma conclusão, e sim de um início”E é nessa dinâmica que o álbum de estreia da dupla abre as portas para as próximas experimentações que provavelmente estão por vir.

O Pink Opala está entre os Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música!