Atualizado em: dezembro 20, 2024 às 1:19 pm
Por Guilherme Costa
No dia 25 de abril saiu o disco “Falha Luz”, do músico André Lúcio, sob o projeto Rasura. A estreia no qual ele resume como: “o conjunto de 11 músicas que compõe um disco virtual que tem como força motriz criativa o ‘estado de ansiedade contemporâneo’, onde toda escolha é precedente a possibilidade de uma definição irreversível”, é marcada por uma grande mistura de elementos que dão um tom urbano em sua sonoridade.
Passando pela música eletrônica experimental, “Falha Luz” ainda tem influências da MPB e do Rock Alternativo. A abertura (“Véspera”) me remeteu ao projeto do Marcelo Yuka, F.U.R.T.O, devido as paisagens criada pelos elementos eletrônicos presentes, enquanto “Liberdade”, com o pandeiro marcando o seu início, mostra como as várias influências do artista é absorvida na atmosfera do álbum . Porém o espaço para algo mais orgânico também é cedido, quando surge a swingada “Trabalhar Cansa”.
André Lúcio mostrou confiança e ousadia na sonoridade do álbum de estreia, como também mostra nas letras de “Pã (A Luz Apagada)” e “Sozinho, Dentro da Noite” – faixa que ele declama o cotidiano de qualquer pessoa que vive numa cidade grande (“Quem é você?/ Eu tive um dia difícil/ O telefone não para de vibrar/ Me desconcentra/ Uma pilha de coisas pra resolver, sem condição/ Difícil de organizar/ Barulho de chuva fina/ Barulho de eletricidade/ O som muda o gosto das coisas/ Eu me sinto inseguro”). A sua voz também é um grande destaque no álbum, seja declamando certezas e agonias (“Sozinho, Dentro da Noite”) ou quando é necessário ser mais incisivo (“Ravina”).
As diversas camadas eletrônicas servem para que o “Falha Luz” possa aderir a outros estilos, sem deixar o seu lado mais experimental e até mesmo caótico (dentro da realidade das letras das faixas), numa grande disco recheado de paisagens sonoras urbanas.
O Rasura está entre os Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música!