Atualizado em: dezembro 12, 2024 às 4:02 pm

Por Guilherme Costa

Nesses meus trinta anos de existência, foi apenas a partir dos dez que eu comecei a conhecer música por conta própria. Saíram, então, coisas como Roberto Carlos, Leandro e Leonardo, É o Tchan! (todas influências dos meus pais) e entraram gêneros como o Rock (Charlie Brown Jr, Linkin Park, Blink e etc), Hip Hop (quem não gosta de um 50 Cent, hein?) e a música eletrônica (amava a Lasgo). Na música eletrônica o meu auge foi entre 2010 a 2013, onde eu a consumia tanto quanto o rock.

Bem, eu fiz essa rápida revelação da minha vida porque de certa forma ela se relaciona com o segundo disco de estúdio da cuiabana Theo Charbel, “3 Cabeças”, lançado no dia 30 de maio, via Sumac Records. Conhecida por tocar guitarra no Vanguart e bateria nas bandas Emma Stoned, Florcadáver e no Nicholas e a Banda Uh Uh, em seu projeto solo a musicista e produtora foi em direção à dança.

Diversidade é o que não falta em “3 Cabeças”. Se o disco abre com ‘Dance Funk’ de “Real Soon”, ele também tem passagens mais experimentais, cheias de sintetizadores e intervenções de instrumentos (um pouco) estranhos à música eletrônica, como a curta “R&B” – os sintetizadores e bateria fazem a base para o saxofone, principal elemento da faixa. Outro gênero bastante explorado é a House Music, aparecendo em “Visions” e na extremamente dançante “Hit Me Strong”. A propósito, uma coisa muito notável que o álbum trás são refrãos bem grudentos: “Real Soon”, “Visions” e “Hit Me Strong”, por exemplo, tem a mesma força que hits da EDM como “Let Me Think About It” (Ida Corr) e “Murder On The Dancefloor” (Sophie Ellis-Bextor).

Theo Charbel meio que dividiu o álbum em dois, embora sem aquela coisa clássica de “Lado A e Lado B”. Ou seja, enquanto há momentos em que surgem músicas trilhas de rádios como a Energia FM, há outras em que ela é mais experimental e usa e abusa das possibilidades que o trabalho em estúdio pode proporcionar. E é aí que “Summer 09” (faixa inspirada em “Summer 08”, do Metronomy) e “Blood of Mine” (faixa que me lembrou a atmosfera do disco de estreia da Feralkat) surgem para quebrar um pouco o ritmo dançante e atingir uma atmosfera mais catártica.

“3 Cabeças” relembrou os meus momentos de adolescência em que eu ouvia bastante coisa (como o Cazzette, Swedish House Mafia…), passando por diversos estilos da música eletrônica (Indie Pop, EDM, House, Dance e Funk Music), com boas intervenções de guitarra, saxofone e bateria, sendo então um álbum completo de do gênero.

The Charbel está entre os Melhores do Ano do Um Outro Lado da Música!