Atualizado em: fevereiro 28, 2025 às 3:45 pm
Por Guilherme Costa
Recentemente eu publiquei uma resenha sobre o (ótimo) lançamento do novo disco do Wombats, pensando em como os anos 2000 produziu tanta banda Indie e em como a internet, de alguma forma, consegue nos apresentar grupos que passaram despercebidos – assim como algum estilo que tenha “Alternativo” em sua definição. Numa gama de tentáculos, que atingem diversas épocas e sonoridades, eu posso citar algumas ótimas coisas que eu conheci casualmente: o já citado Wombats, Harvey Danger, os meus favoritos The Thermals e Class Actress etc, etc e etc.
Os australianos do Miami Horror certamente é uma dessas bandas que podem se encaixar nesse grupo de “praia paradisíaca escondida do Indie”, já que eles não possuem o mesmo alcance do Phoenix (por exemplo) e pelo período de poucos lançamentos após o disco “All Possible Futures”, liberado em 2014. Neste meio tempo, até anunciarem o lançamento do terceiro álbum completo no ano passado, a banda lançou um EP aqui, outros singles ali e mudaram de formação, .
Lançado nesta sexta-feira (28), via Nettwerk Music, “We Always Had Tomorrow” não chegou a pegar os fãs que já não esperavam algum lançamento dos australianos que não fosse um single remixado desprevenidos, porque o Miami Horror liberou seis faixas de forma promocional. Então já sabíamos quais eram as intenções dos remanescentes Benjamin Plant e Daniel Whitechurch. O Dream Pop com pitadas de Indie Rock e Dance/Disco Music não perderam a força com a saída dos antigos integrantes!
Repleto de nostalgia (não só sonora), Plant e Whitechurch decidiram que o aguardado retorno passaria pelo olhar ao passado, resultando em faixas como “Together”, “Remember” e “Glowin'”. O álbum também conta com diversas participações especiais (Woodes, Tim Ayre, Telenova, RAC, Bajan Ayoni e Beckah Aman) que auxiliam entre o diálogo com a sonoridade dos discos anteriores. A parte eletrônica, Dream Pop, focada em várias texturas de sintetizadores de “Sometimes” (clássico do debut), marca presença logo na abertura do álbum (“Aurora/ Dead Flowers”); enquanto o lado Indie Pop de “Real Slow” (faixa do segundo álbum) é perceptível em “Another Time”
Entre as novidades do terceiro disco, “Don’t Leave Me (In The Sunshine)” e “We’re All Made of Stars” seguem o padrão de sintetizadores e grooves do álbum ao passo que “Remember” e “Lost Seasons” oferecem um visualização dessa nova fase, constatando que o Miami Horror está muito bem nas mãos dos seus atuais integrantes. Com a antiga formação, as apresentações ao vivo eram bastantes arrojadas cujas faixas com “vocais externos” sendo muito bem executadas por Josh Moriaty. Enquanto o grupo não se apresenta ao vivo, ficamos com um grande retorno do Miami Horror!