Atualizado em: outubro 31, 2024 às 11:09 am
Por Guilherme Costa
No dia 4 de abril deste ano, a cantora Nina Maia lançou o single “Amargo”, faixa que conta com a participação da Chica Barreto, em uma das duas faixas promocionais que o seu álbum de estreia teve – a primeira foi o single “Sua”, compartilhado em agosto do ano passado. E eu confesso que foi amor à primeira audição! “Amargo” revela um traço agridoce que é realçado pelo tom dramático presente nas linhas de violão e violoncelo (gravado por Chica), contrastando com o refrão resiliente (“provar do doce desse mel, tirando o gosto de amargo”).
Depois eu estive presente no show que ela fez no Sesc Belenzinho (ave Sesc), tendo o primeiro contato com outras músicas que fariam parte do seu álbum. Confesso que não lembro quais faixas tocadas… mas, de toda forma, eu e todo o público que a jovem cantora angariou nesses últimos anos puderam – finalmente – ter contato com o aguardado disco “Inteira”, lançado hoje (31), via Seloki Records.
Sob a produção de Yann Dardenne, em parceria com Maia, “Inteira” se revelou maior que o sofisticado minimalismo presente nas duas prévias, flertando com o Jazz e MPB. “Kaô”, por exemplo, é uma faixa em que os instrumentos de cordas se conectam com programações eletrônicas, formando uma camada bastante intensa. Mas o grande destaque é a distinta voz de Nina Maia, intensa e suave na mesma medida, se sobressaindo no meio Bolero meio Samba de “Mar Adentro” e na experimental “Menininha”.
As duas últimas faixas do álbum mostram como “Inteira” é diverso e coeso, ao passo que o piano de “Salto de Fé” consegue se conectar com as percussões da faixa título, em que ela canta: “você, meu bem/ eu vim te amar/ eu tinha a cidade inteira e eu vi você”. Dentre tantos estilos, influências e referências, Nina Maia compartilha a sua felicidade com o seu público, em sua hipnótica estreia!