Atualizado em: setembro 20, 2024 às 10:23 am
Por Guilherme Costa
Dois anos após o lançamento do EP “Gateway”, e quatro anos após o lançamento do álbum “Hold Space For Me”, Tiffany Majette, artisticamente conhecida por Orion Sun, lançou o seu segundo disco de inéditas “Orion”, nesta sexta-feira, via Mom+pop.
Aguardado pela evolução entre o álbum de estreia e o recente EP, “Orion” também gerou grandes expectativas pelas prévias lançadas: “Already Gone”, “Mary Jane”, “Sweet” e “These Days”. O R&B clássico do final dos anos 90/ início dos anos 2000 já havia ficado rebuscado em “Gateway”, ganhando contornos do Lo-Fi. No novo álbum, o amadurecimento musical e pessoal é bastante palpável, como em “Sweet”, cujas camadas de Lo-Fi é impulsionado ao protagonismo, enquanto Orion canta “eu quero saber o que isso significou para você/ mas eu sei que isso não me faria bem”. O clima agridoce também reflete em outra prévia do álbum: “Already Gone”, no qual a americana canta sobre “aquela primeira noite sozinha quando seu parceiro se muda e é óbvio que nada mais será o mesmo. Você tenta mudar ou consertar ou fugir disso, mas você tem que voltar para casa eventualmente”.
O álbum inicia com a curta “When I Was Love”, sendo seguidas pelas conhecidas “Already Gone”, “Mary Jane”, “Sweet”. Então a experiência, de fato, de ouvir algo novo, é iniciada a partir da quinta faixa “Sick”: um R&B com sintetizadores etéreos (que podem ser notados em coisas como o Tame Impala). “Take My Eyes” surge com uma guitarra minimalista, no qual o clímax é atingido por belas linhas de cordas, enquanto a melancólica nostalgia é cantada “Aqui estamos, apenas apostando em uma estrela moribunda/ Afinal, olhar para cima é encarar o passado/ Risadas inundam o corredor/ Poderíamos recuperá-lo?”. Em “Twilight Zone” o Hip Hop, que esteve mais presente no antecessor, dá as caras. Mas em “Orion” a aposta é no R&B/Lo-Fi, que é mostrada na sequência (“If I Never See You Again”).
Mesmo falando sobre as suas vulnerabilidades, “Orion” é “sobre amor”, como a artista comentou: “É sobre a dor que o amor traz, esteja você com ou sem amor”. Como o amor pode ser ingrato na mesma proporção que – veja só – amável, Orion Sun mostra como você pode sair de um estado de melancolia e seguir a sua vida, lidando com as suas cicatrizes.
Para além da temática do álbum, “Orion” é o tipo de álbum que as expectativas não só são cumpridas, como é o tipo de álbum cujos singles são a ponta do Iceberg. Se a minha música favorita era “Mary Jane”, ao ouvir o disco eu já não posso definir, com certeza, qual é a minha música favorita do álbum.