Atualizado em: julho 16, 2024 às 8:50 am

Por Guilherme Costa

O Pink Opala, dupla goiana formada por Nataly Martins e João Victor, havia lançado o EP colaborativo com o Bambolla Bakers, em 2019, e o EP “Madrugada”, em 2022. Com o projeto mais maduro, o álbum de estreia (“Sempre Nunca”) saiu no último dia 5 de julho, via Tratore.

Pelas prévias, “Cinza” e “De Brinde”, os sintetizadores ficaram em segundo plano, cedendo espaço para a bateria acústica (uma novidade na sonoridade da dupla) – além da guitarra do João. Bom, as ótimas prévias foram somente a ponta do iceberg, uma vez que o Pink Opala conseguiu juntar os universos do EP de 2022 com a sua nova proposta.

“É como um portal que criamos, uma base que nos traz possibilidades de caminhos que podemos tomar e que não nos restringe. É um começo, o momento de demonstrar quem somos. Tem muito sentido em todos os arranjos, letras e sonoridades. É um trabalho que traz a satisfação pessoal de ouvir e gostar. É a história desse momento registrada, mas que não foi produzida para o agora, e sim para nossa vida. É uma forma de tentarmos quebrar um pouco a maneira como tratamos o tempo em uma época em que tudo é tão efêmero.”, diz João.

A bateria deu uma nova cara para o Pink Opala, como a faixa de abertura (“Falta Lógica”) demonstra. Entretanto, já na sequência (“Pra Você Não Esquecer”), fica nítido que a mudança não é algo brusco, funcionando mais como uma leve alteração de rota para o destino final. “Ninguém Vai Ver”, faixa que sucede a indie “Construção”, é onde as camadas eletrônicas ganham mais destaque, servindo como uma ponte entre os lançamentos do grupo. Mas o apogeu é “Melhor Que Ninguém”, faixa que conta com a participação do Boogarins, onde o imaginário onírico é guiado pela junção de sintetizadores e guitarras atmosféricas.

Entre os vários caminhos do novo disco, a acústica “Quem?” e o Indie Rock de “Veneno”, são amostras de como Nataly e João conseguiram atingir o objetivo de criar um álbum extremamente versátil e coeso, como a dupla concluiu: “pra nós, o ‘Sempre Nunca’ é o desfecho de todos esses anos trabalhando e fazendo música juntos, mas não no sentido de uma conclusão, e sim de um início.”