Atualizado em: novembro 4, 2024 às 10:40 am
Por Guilherme Costa
Foi no dia 29 de agosto que o Qloswki anunciou o seu segundo disco de estúdio “The Wound” para o dia 1 de novembro. O primeiro dia de novembro chegou, e “The Wound” foi lançado em todas as plataformas digitais, via Maple Death / Feel It Records. Tão fortemente obscuro como a estreia, a banda de Pós Punk carrega muito das paisagens cinzas que o Joy Division construiu em seus dois álbuns de estúdio.
O Pos Punk da estreia está aliado ao senso de contestação do Punk e as experimentações do Art Rock (não muito diferente de “Quale Futuro?”) nas doze faixas de “The Wound”. E o começo é o recado de que a banda não mudou, porque o mundo não mudou:
“Espalhado entre Londres, Nova Iorque e Glasgow, ‘The Wound’, é também o resultado dos últimos anos dramáticos que temos vivido, escrito entre protestos nas ruas de Londres, comícios, marchas pró-Palestina, reuniões do sindicato dos locatários, uma sensação de desamparo se espalhando, mas também uma determinação eufórica de lutar e trazer justiça social a todo custo.
A faixa título, cujo seu prelúdio (“Thirteen”) é carregado de sintetizadores, e a faixa “Desire”, oferecem o impacto que uma boa distopia deve lhe causar, com espaços apenas para desconfortos e reflexões. Mickey Tellarini (vocal e guitarra), Cecilia Corapi (vocal e teclado), Lucy Ludlow (baixo), Christian Billard (bateria) e James Luxton, seguem afiados em seus instrumentos, oferecendo boas linhas de baixo, sintetizadores e baterias nada agradáveis ao que o mundo Pop sempre solicita.
Mas dentro desse caos e mundo de sentimentos agonizantes, há espaço para a balada de “Stronger Than” – faixa cantada por Cecilia. Cecilia, inclusive, também fala sobre a sua recente maternidade na faixa “Praxis”: “Esta é uma música sobre maternidade e transição, sobre morte e vida, sobre receber e retribuir. Como transformamos o amor em ação?”
Como eu disse acima, o mundo não mudou e segue piorando. E foi com “The Wound” que a banda meio italiana/ meio inglesa encontrou o seu jeito de expressar todo o desconforto e guerra que enfrentamos dia-a-dia. Seja com o single “Surrender” (faixa inspirada no poeta palestino Mahmoud Darwish) ou em “Mastering The Motions” (faixa quem que os versos “Take them down / hang them up upside down”, em alusão ao enforcamento de Mussolini), o Qlowski usa o Pos Punk como bandeira da sua luta, sem a menor pretensão de se render!