Atualizado em: outubro 21, 2025 às 10:10 am

Por Guilherme Costa

Três anos separam o disco “Breathtake” (e o EP “Phantom Limb”) do recente álbum de inéditas do Red Mess, “Hi-Tech Starvation”, lançado no dia 1 de agosto, via Noisolution. O novo álbum marcou o início da parceria do trio, formado por Lucas Klepa (baixista/vocalista), Thiago Franzim (guitarrista) e Douglas Labigalini (baterista), com a gravadora alemã; aliás, neste meio tempo entre o segundo e o terceiro disco, a banda se mudou para a Alemanha.

Diferentemente do seu antecessor, que é carregado de riffs psicodélicos e um quê de rock alternativo, no “HI-Tech Starvation” o Red Mess ocupa todos os espaços da sua música com o peso. Durante as sete músicas e os pouco mais de trinta minutos, o Stoner do Kyuss e do Queens of The Stone Age é evocado a cada nota, com a voz de Lucas Klepa garantindo a identidade do trio paranaense.

Iniciando com a faixa “Huntress”, e a sua cadência hipnótica, guitarra e baixo contém um fuzz que torna a música bastante pesada, mesmo que ela seja mais direta. E nessa crueza (cheia de fuzz) que a as faixas seguintes, “Inexistent Color” — cuja guitarra ganha um toque de Blues — e “Ransomware” (talvez a mais QOTSA do álbum) estão inseridas; interessante comentar que, ao contrário de faixas como “By Heart”, que é introduzida com um riff entre Blues/Folk/Alternativo e que vai crescendo ao decorrer do seu andamento, as faixas presentes no terceiro disco do Red Mess já iniciam com toda a energia que a banda poderia colocar em seus instrumentos: eles estavam 100% dispostos a ser o mais pesado possível.

Como de costume nos discos do Red Mess, “Xenon” é a peça instrumental apresentada no álbum. Os seus pouco mais de dois minutos mostram o trio colocando o peso um pouco de lado, para focar no groove que os seus instrumentos conseguem criar. Pouco mais de dois minutos foi o suficiente para o grupo respirar, porque a faixa seguinte (“Kind Villain”) é uma pedrada digna dos clássicos do Stoner, com destaque total para a guitarra de Thiago Franzim.

O álbum é encerrado com “Uncanny Valley”, provida de uma veia punk, talvez seja a mais pesada do álbum com Klepa não poupando a sua garganta. A faixa é um ótimo encerramento para um disco mais direto do que o seu antecessor e mais enxuto que os todos os trabalhos anteriores (não há, por exemplo, uma faixa que ultrapasse os seis minutos). Lógico que, para quem é fã de longa data da banda, não há nada de novo no álbum. E ainda bem, porque “Hi-Tech Starvation” mostra uma versão mais pesada do bom e velho Stoner do Red Mess.