Atualizado em: outubro 28, 2024 às 1:24 pm

Por Guilherme Costa

Uma das grandes artistas que eu conheci por causa do Um Outro Lado da Música (ainda somente no Instagram), foi a canadense Tess Parks. Na época, ela estava promovendo o segundo álbum solo “And Those Who Were Seen Dancing” (que, inclusive, entrou para Os Melhores do Ano de 2022 do Um Outro Lado da Música), e eu confesso que fiquei hipnotizado pelo single “Happy Birthday Forever”. Entretanto, também li que o álbum não era tão diferente dos seus antecessores (inclusive com os álbuns em parceria com Anton Newcombe). Pois bem, duvido que essas pessoas irão manter a opinião com o novo álbum de Parks.

Lançado na última sexta-feira (25), “Pomegranate” – o terceiro álbum solo da cantora – saiu via Fuz Club e Hand Drawn Dracula, mostrando os frutos que o período entre o disco antecessor, que incluiu a conquista da sobriedade, recuperação de um PTSD [transtorno de estresse pós traumático] e a sua música “Somedays” incluída na trilha sonora do filme Beetlejuice 2, renderam uma boa colheita. Engraçado que a primeira prévia do álbum, “Koalas”, não indicava mudanças muito significativas – mesmo sendo um grande single promocional.

Carregado pelo seu estilo de canto mais arrastado e descompromissado, o Blues Psicodélico e as camadas eletrônicas de “Blood Hot” e “And Those Who Were Seen Dancing” foram adicionadas à música Country (“Lemon Poppy” e “Crown Shy”), enquanto o som clássico foi representado por “Charlie Potato” – que lembra muito “Brexit at Tiffany’s”, faixa presente no seu antecessor -, tornando “Pomegranate” único por si só. Por falar nas camadas eletrônicas, aqui elas estão mais oníricas como são muito bem exploradas nas faixas “Bagpipes Blues” e “Running Home To Sing”.

Passado todo o furacão que sucedeu o lançamento do seu álbum de 2022, “Pomegranate” é como Tess Parks expressa toda a sua resiliência, sem se perder, já que o lançamento é o tipo de álbum que soa diferente sem sair do seu próprio universo: “Sunnyside”, outro ponto alto do disco, caberia muito bem nos seus antecessores.