Atualizado em: fevereiro 26, 2024 às 8:43 am
Por Guilherme Costa
O Tvinna foi inicialmente formado por Laura Fella (Faun), Fiona Rüggeberg (ex Faun) e Fieke van den Hurk (além do guitarrista do Eluveitie, Rafael Salzmann). O primeiro álbum se mostrou extremamente singular, com uma atmosfera quase ritualística com os vocais de Laura e Fiona, enquanto a banda misturava elementos de Folk e Rock Progressivo.
Para o segundo disco, “Two Wings of Ember”, lançado na última sexta-feira (23) via Norse Music, somente Laura seguiu e Rafael seguiram no grupo; Alain Ackermann e Sascha van der Meer se juntaram ao grupo, para revelar uma faceta um pouco mais pesada que a estreia. A atmosfera ancestral segue bastante forte, ganhando contornos que ficam entre o Faun e o Eluveitie.
“Nénuphar” é o interlude que abre o álbum, introduzindo a groovada e pesada “Dawn of Mine”. Alain Ackermann, inclusive, é um dos destaques do álbum, com as suas interessantes linhas de bateria que surge como um diferencial entre a estreia e o segundo álbum. Para além do baterista, a faixa também apresenta alguns elementos eletrônicos (em alguns casos, somente ruídos) que dão um clima mais “moderno” para o ritual chamado “Two Wings of Ember”.
A sequência (“Louga”) conta com a participação de Fabienne Erni (Eluveitie e Illumishade), que também participou na faixa “The Gore” do primeiro álbum, dando um tom mais próximo do Faun, enquanto Erni e Fella fazem um grande dueto. Laura Fella, a propósito, é a grande protagonista do álbum, com as suas melodias vocais (“Arma” e “Somnia”) e seu carisma (“Irwahhên”). Fella, que teve êxito na difícil missão de substituir Katja Moslehner no Faun, também conseguiu suprir a ausência de Rüggeberg.
Para além do protagonismo da voz da Laura Fella, Rafael Salzmann – o outro membro que esteve no disco de estreia – também é destaque no disco com o peso de sua guitarra, na semi eletrônica, “Wings of Ember”, na progressiva “Somnia” e na faixa que representa os dois mundos do Tvinna, “Fortress”; a faixa conta com uma grande execução de Fella, com uma forte presença de Ackermann e Salzmann, contendo todos os elementos do grupo: atmosfera densa e folclórica, com o peso do Folk Metal.
A prova do segundo disco do Tvinna mostrou uma ousadia perfeita para um projeto paralelo. Embora eu ache “One – In the Dark” mais original, é inegável que a qualidade de “Two – Wings of Ember” é um grande capítulo na história do grupo.