Atualizado em: outubro 15, 2025 às 7:32 am
Por Guilherme Costa
Na última sexta-feira (10), a banda Drenna lançou o single “Só o Tempo Irá Dizer” em todas as plataformas de streaming. O lançamento também contou com um videoclipe, cheio de imagens dos recentes (e outros nem tão assim) shows que o trio carioca realizou.
“’Só o tempo irá dizer’ é uma música muito emblemática, porque fala sobre processos, sobre atravessar fases — algo que tem muito a ver com o momento da banda. O clipe traz imagens que resumem os últimos quatro anos de corre”
Aliás, Drenna Rodrigues (vocal e guitarra), Milton Rock (bateria) e Bruno Moraes (baixo), estão na estrada desde o mês de março, tocando em capitais e cidades do interior do sudeste brasileiro (no próximo dia 19, a banda tocará na Bahia, no Festival Suiça Bahiana). Entre shows e novos singles, a Drenna segue promovendo o recente álbum de estúdio “Cisne Negro” — lançado em 2023 —, que mostrou uma faceta diferente do disco de estreia (“Desconectar”), com efeitos eletrônicos e uma sonoridade menos pesada (embora o conteúdo lírico manteve o teor contestatório).
No último sábado o trio esteve em São Paulo, em show que contou com a apresentação das bandas To Define e Losermind, e eu infelizmente não pude comparecer (a gripe me derrubou legal…). Porém, a Drenna Rodrigues respondeu algumas perguntas a respeito da recente turnê, novos singles e muito mais.
Confira:
Vocês estão chegando na reta final de uma turnê que iniciou em março. Estão com a sensação de dever cumprido? Chegaram a tocar em alguma cidade que nunca tinham visitado?
Com certeza! Essa turnê foi muito especial, porque a gente conseguiu rodar bastante e levar nosso som para lugares que ainda não conhecíamos. Passamos por cidades que nunca havíamos tocado, como Desterro de Entre Rios, Congonhas, Estrela do Indaiá, Ladainhas, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Rita do Sapucaí e Luminárias, e fomos muito bem recebidos em todas. A sensação é de dever cumprido, mas também de gratidão — porque cada show teve sua energia única e mostrou que o rock independente ainda tem muito espaço pelo Brasil.
E vocês fizeram muitos shows no interior do país. Pode comentar como é a estrutura para uma banda underground em cidades menores; e como é feito o planejamento também: de não somente olhar para capitais e cidades próximas.
A estrutura varia muito de cidade para cidade. Às vezes, encontramos um palco e uma estrutura até melhor do que a de muitos eventos em grandes centros. O que vale mesmo é a energia do público e a oportunidade de estar ali. O rock tem que se renovar, e para a gente é fundamental espalhar nosso som o máximo possível, estar em todos os lugares que conseguimos. O nosso planejamento busca justamente isso: equilibrar shows em capitais, cidades próximas e também no interior, porque cada espaço tem sua cena e seu público, e queremos atingir o máximo de pessoas possível.
Houve um tempo de quase dez anos entre o lançamento do disco de estreia e o “Cisne Negro”. Com essa extensa turnê, questões de streaming, vocês notaram um aumento no público — principalmente no retorno das atividades que após o fim da covid.
Na verdade, se passaram 7 anos entre um álbum e outro, e nesse período ainda enfrentamos a pandemia, o que deixou tudo mais desafiador. Mas a cada novo lançamento, temos visto mais pessoas chegando aos shows e cantando nossas músicas, tanto do Cisne Negro quanto dos novos singles. “Aliens” e “Só o tempo irá dizer” que representam uma nova fase da banda. É muito gratificante perceber como nosso público cresce e se conecta com o que estamos fazendo, principalmente agora.
Algumas músicas do “Cisne Negro” contém partes eletrônicas, como a “Hater” e “A Casa”. Qual é o cuidado que vocês têm para reproduzir essas sonoridades? Ou no palco vocês enxergam que a música é “diferente”?
A gente gosta de trazer para o palco a mesma energia que foi pensada no estúdio, então existe esse cuidado em manter as texturas eletrônicas. Ao mesmo tempo, o ao vivo sempre dá uma outra cara: fica mais cru, mais visceral. Não é sobre reproduzir milimetricamente, mas sim sobre traduzir aquela atmosfera de uma forma que faça sentido no palco, com a nossa entrega e energia.
E vocês lançaram dois singles nesse ano, com “Só o tempo irá dizer” saído no último dia 10. Pode comentar um pouco sobre essas duas músicas; e também sobre o clipe de “só o tempo irá dizer”: a inspiração para a sua montagem é sobre um clima em homenagem ao fim da turnê?
Esses singles são como capítulos novos da nossa história. “Só o tempo irá dizer” é uma música muito emblemática, porque fala sobre processos, sobre atravessar fases — algo que tem muito a ver com o momento da banda. O clipe traz imagens que resumem os últimos quatro anos de corre, então sim, existe essa sensação de celebração, quase como um fechamento de ciclo. Foi emocionante revisitar tudo isso em vídeo e dividir com quem nos acompanha.
No próximo ano o disco “Desconectar” completará dez anos. Há alguma ideia para algo promocional: uma tour comemorativa, relançamento em mídia física?
Estamos pensando em algumas coisas sim, porque é um marco importante. “Desconectar” foi o nosso primeiro passo e marcou uma fase muito especial. É cedo para cravar o formato, mas existe a vontade de revisitar esse disco de alguma forma — seja em shows comemorativos, lançamentos especiais ou até algo inédito relacionado a ele.
O Um Outro Lado da Música tem um quadro que se chama “Um Outro Lado Indica”, agora sob o comando do Arthur. E eu quero saber de você, qual artista/ banda você indica para mim e para quem está lendo a entrevista!
Indicarei quatro aqui do RJ. Dani Valejo, Tha Melo, Radioativa e Canto Cego. Quatro bandas/artistas incríveis. Dê uma busca e venha conhecer o novo.