Atualizado em: outubro 2, 2024 às 10:31 am
Por Guilherme Costa
Na última sexta-feira (27) foi anunciado o falecimento do músico Pit Passarell, aos 56 anos de idade. O icônico cantor, compositor e baixista do Viper sofria com problemas de saúde há um bom tempo, tendo um câncer de pâncreas recentemente diagnosticado.
Embora a perda sempre será lamentada pelos familiares e pelos fãs, a obra do artista permanece para ser celebrada. E no Um Outro Lado Indica da semana, eu comento sobre um disco do Viper que não foi tão celebrado no seu lançamento (e até hoje não foi bem recebido). Mas a ideia é mostrar o ponto de vista de quem não acompanhou o lançamento na época (por ter somente dois anos, e ouvir coisas como É o Tchan! – acho que na época ainda era Gera Samba… enfim).
Um ano após o lançamento do seu quarto álbum de estúdio “Coma Rage”, os integrantes do Viper – então formado por Pit Passarell, Yves Passarell, Felipe Machado e Renato Graccia – decidiram fazer um álbum com letras em português e influenciado pelo Rock Nacional das décadas de 80 e 90. E então saiu o seu sexto álbum de estúdio: “Tem Pra Todo Mundo”.
Obviamente o álbum não foi bem aceito e hoje é tratado pelos próprios integrantes como um erro. Frases como “ser lançado como um projeto paralelo” ou “com um outro nome”, são constantemente ligados à recepção do disco. Mas ele não é todo desprezível. A trinca que abre o disco: “Dinheiro”, “Crime na Cidade” (para nós, pessoas que nasceram nos anos 90, um bom documento de como era a vida na década, que vira e mexe é reportada com um glamour anacrônico) e o single “8 de Abril”, mostram um ótimo senso de composição, ao encarnar referências de bandas como o Capital Inicial (antes do acústico MTV), Skank, Nenhum de Nós, entre outros. Pit, como é sabido, compôs alguns sucessos do Capital Inicial.
É claro que sob o nome Viper, o disco é o ponto mais baixo. Mas quase trinta anos depois, pensando como alguém do “novo público”, eu (e sei que estou com poucos nessa) não vejo com maus olhos o disco. Para o Pit, o álbum mostra como ele era um compositor plural, da mesma forma que a fase André Matos e Rebels mostraram, como um grande artista deve ser!
Vá em paz, Pit.