Atualizado em: julho 24, 2024 às 7:19 am
Por Guilherme Costa
Em junho do ano passado a cantora paraense Malu Guedelha lançou o seu primeiro disco solo, “Fagulha”. A primeira empreitada “sozinha” da vocalista do O Cinza, foi acompanhada da produção de Pedro Imbiriba (O Cinza) e Marcos Sarrazin (Dona Onete).
Ao longo das dez faixas de “Fagulha”, Malu e sua doce voz evoca influências da MPB, Xote e músicas tradicionais do Pará, numa jornada de autoconhecimento e em como o amor não precisa ser tão difícil e traumático: “Vinha pensando sobre como é importante estabelecer relações maduras e conscientes. Terminar de forma respeitosa e com afeto. Pra quê ser sempre feio, pra quê ter sempre briga nos finais?”
Bastante dançante, o disco tem um certo mistério nas faixas em que a sanfona é o destaque. Em “Vôo e Vazão”, por exemplo, Guedelha canta sobre um amor desencontrado: “Vezes tu sais pra passear/ Voltas pra me lembrar/ Que és uma parte que vivi/ E que estás aqui/ Se me ouvir nessa canção/ Sabes que é pra ti”. O bolero de “Deixe-me Banhar No Tempo”, externa o romantismo poético da musicista: “Tempo/ Enquanto há tempo/ Antes do farfalhar das asas/ Do cessar do fogo/ Do passar da ventania/ Do rumor do novo/ Antes que a canção termine/ Antes do bater das portas”
“Fagulha” é o tipo de disco que te faz querer ouvir mais e mais, para reparar em cada detalhe da letra e dos arranjos.