Atualizado em: junho 18, 2024 às 10:10 am

Por Guilherme Costa

O Veps é uma daquelas bandas que começam muito cedo, cujo amadurecimento sonoro é paralelo ao pessoal. Criado quando a média de idade do grupo era de 14, Maja Beitrusten Berge (bateria), Laura Dodson (vocal e guitarra), Helena Mariero Olasveengen (vocal e teclado) e June Urholt (baixo), chegam em 2024 já adultas e com o segundo disco de estúdio na bagagem.

Dois anos após a estreia, com o disco “Oslo Park”, o quarteto norueguês lançou o álbum “Dedicated To”, na última sexta-feira (14), via Miktam Records/Universal Music. No geral, sempre se espera um amadurecimento da proposta de uma banda em seus primeiros lançamento – sem a necessidade de uma grande mudança, é verdade -, e em seu novo álbum o quarteto norueguês conseguiu dar este passo: “tiramos grande parte da inspiração das pessoas que conhecemos e das situações em que as vimos. É um agradecimento a todas as pessoas que nos inspiram. Foi escrita em uma das fases mais agitadas que passamos como banda, mas esperamos que o progresso que fizemos transpareça nas músicas”, comentou o grupo.

Olhando para o outro ao mesmo tempo que para si, “Getting From Peru” – faixa que conta a experiência de um término de relacionamento da baterista Maja Berge no país da América do Sul – foi a primeira prévia do álbum, mostrando como as raízes DIY e Indie Rock seguiram na sonoridade do grupo. A evolução passa pelo clima mais introspectivo e a maior participação do piano nas faixas (sim, eu acho que piano deixa o som mais adulto), como é mostrado na abertura do álbum com as faixas “Break & Entry” e “Say What?”.

Pensando no que significa uma mudança, é sempre interessante notar que ela não é padronizada. No caso do novo álbum do Veps, a influência dos anos 90 segue firme, com guitarras simples e fortes. A diferença então surge na sobriedade das jovens meninas, deixando o clima de “A Show of Hands e UFO”, para dar lugar ao som introspectivo de “The Ceiling Painter” e “Apple Trees” e até grandioso, em “A Siren’s Song”. Quando o grito é solto, é algo mais vociferado como em “So Speak”.

Tendo agora em torno de 20 anos, as jovens norueguesas ainda tem muito da vida para ver e compor. Olhando para como “Dedicated To” soa, é nítido que o teto criativo do Veps está longe de ter estar próximo.