Atualizado em: junho 9, 2024 às 8:53 pm

Por Guilherme Costa

Fluxus é uma corrente artística muito popular entre as décadas de 60 e 70 cuja a característica principal foi a mescla entre diversas expressões de artes, como as artes plásticas, literatura e a música. Altamente experimental, o movimento nunca priorizou a finalidade comercial da arte, focando no processo e no contato com o seu público.

No Brasil, a pernambucana Mayara Menezes colocou dois “Fs” a mais para dar nome ao seu projeto de música experimental Fffluxus, cujo disco de estreia “Não É Nada Que Se Diga Com Um Nome”, saiu no dia 9 de maio, nas plataformas de streaming, via Brava.

Seguindo o conceito do Fluxus, Mayara Menezes compôs um álbum com cinco faixas que te permitem encarar diversos cenários, uma vez que a arte é absorvida de forma subjetiva. Entre muitas camadas de sintetizadores, faixas como “Quarto 524” e “Ranger os Dentes”, demonstram como os efeitos sonoros podem te guiar para o cenário mais propício do seu interior – no meu caso, as faixas seriam boas trilhas para algum projeto audiovisual de terror.

Em 2021 eu conheci o trabalho do produtor carioca Renan Vasconcelos, Dramón, cuja música eletrônica é direcionada para um lado mais experimental e atmosférico. Ali, eu fiquei impressionado com um mundo que não conhecia. Já ambientado com este tipo de música, o álbum de estreia da Fffluxus causou o mesmo impacto, tendo uma semelhança: o título das faixas sugere o caminho imagético que a faixa pode sugerir.

Evidentemente que o álbum de estreia da Mayara Menezes (que lançou o EP “Práticas Subterrâneas” em 2020), não é algo fácil de se absorver. É necessário se abrir e até mesmo se machucar, para que você possa sentir e imergir no vasto oceano que é “Não É Nada Que Se Diga Com Um Nome”.