Atualizado em: novembro 18, 2024 às 10:17 am
Por Guilherme Costa
Sabe aquela coisa que você acha que só você conhece ou que só acontece com você? Isso é seguido da descoberta de que, não, você não é o único conhecedor daquilo ou o precursor daquela super ideia. Conhecer um projeto paralelo de um integrante de uma banda que você gosta, esbarra nessa sensação – embora seja uma das atividades mais divertidas para quem é fã de música. Saber que o músico existe em outro mundo, com personagens e personas diferentes.
E foi assim que eu conheci o Hand of Juno. A banda italiana de Metal Industrial, com algo de Modern-Metal-Core, cuja formação inicial contou com Melissa Bruschi (vocal), Elisa Helly Montin (bateria) e a baixista do Infected Rain, Alice Lane. A música que me introduziu à banda, foi a potente “Destroy The Line” – com a sua mistura entre as camadas distópicas do Metal Industrial, com aquilo que o Jinjer e Spitibox possuem (você sabe: o groove). Pouco tempo depois a agenda ficou apertada para a Alice e ela decidiu deixar o trio.
E foi nessa alteração em sua formação que o Hand of Juno conseguiu ser resiliente para seguir com as prévias do seu primeiro disco de estreia, “Psychotic Banana”, lançado no último dia 8, via Out Of Line Music. Agora com Francesca Mancini guitarra) e Marco Valerio (baixo) na banda, o quarteto já tem uma agenda considerável para promover o seu debut e solidificar a sua formação.
“Psychotic Banana” não oferece nada de novo, como é comum há um bom tempo. Mas é sempre interessante ver como alguém (ou uma banda) está disposta a mostrar a sua versão da música. Entre bons riffs de guitarras, baixos altos e pesados, e uma bateria dinâmica e groovada, o Hand of Juno conseguiu explorar muito bem a atmosfera que a música eletrônica oferece para o Metal Industrial (“Not A Game”) com o groove do Modern Metal (“Destroy The Line” e “Hug My Death”).
A sonoridade que lembra bons novos nomes, como o Lord of The Lost, é realçada com a boa performance de Melissa, no qual agressividade, drama e um apelo pop são mostrados nos pouco mais de 37 minutos de álbum. Ah, o apelo pop, é sobre como “We’ve Built The Line” consegue ser o tipo de música de fácil absorção (embora a letra não seja do tipo que entraria num filme de comédia romântica). Outras faixas, como “Right Now” e a faixa título, endossam o lugar em que o Hand of Juno decidiu se aventurar.
Superando os desafios iniciais de uma troca de formação, “Psychotic Banana” já coloca o Hand of Juno naquelas listas de bandas promissoras para se ouvir em algum tempo.