Atualizado em: agosto 8, 2024 às 9:30 am

Por Guilherme Costa

Creio que eu conheci a Pluma em 2022. Embora eu não tenha certeza da época, o que eu sei é que quando eu ouvi as primeiras músicas do grupo paulistano, eu logo fiquei instigado pela sonoridade sofisticada. O quarteto formado por Marina Reis (vocal), Diego Vargas (teclado e sintetizadores), Guilherme Cunha (baixo) e Lucas Teixeira (bateria), lançou os EP “Mais Do Que Eu Sei Falar” (2020) e “Revisitar” (2021), mostrando uma grande influência do Neo Soul (neste estilo, inclusive, eu indico o Liquid Spirits).

Neste ano de 2024, no dia 18 de julho, saiu o disco de estreia, “Não Me Leve A Mal”, via selo Rockambole. Seguindo a linha do Neo Soul, com muito groove (influência total do baixo do Guilherme) e sintetizadores, a banda ampliou os seus horizontes com um ar futurista das faixas “Quando Eu Tô Perto” e “Se Você Quiser”. Mas a surpresa que inicia o disco, já era até previsível, uma vez que o primeiro single que a Pluma liberou (“Corrida!”) contava com um Drum N’ Bass no refrão; esse ritmo mais acelerado também está presente na faixa “Plano Z” – que no seu final se torna um samba com direito a cuíca.

Em meio a tantas novidades e evoluções, o som clássico presente nos primeiros EPs do grupo (como em “Mais Do Que Eu Sei Falar” e “Leve”), aparecem com total força nas faixas “Sem Você” – que conta com a participação da dupla Deekapz – e em “Doce/ Amargo” – esta, com direito a parte de metais no seu final. As duas músicas apresentam um grande groove, digno dos grandes nomes da Disco/ Soul Music, com total destaque para o baixo do Guilherme Cunha (para mim, o grande destaque da sonoridade da Pluma) e para a dinâmica e cadenciada bateria do Teixeira.

Desde o seu começo a Pluma nasceu para estar entre os destaques da safra de novas bandas e artistas do Brasil (cena que conta com diversos grandes novos nomes, aliás). E o seu disco de estreia é a afirmação de quem ouviu os primeiros dois EPs e sabia que o voo da Pluma era alto.